A chance de você ter algum tipo de queijo em cima da sua mesa durante as refeições é muito grande. Ralado, cremoso, derretido, em pedaço, como um simples acompanhamento da salada ou dentro do pão, este é um dos alimentos mais comuns na nossa dieta. Há muitas mudanças no seu consumo de acordo com a cultura, mas a verdade é que ele é adorado no mundo todo, do nosso brasileiríssimo queijo minas frescal aos cerca de 28 quilos que um dinamarquês consome por ano.

Já aprendemos por aqui como ele é feito e agora é hora de nos aprofundarmos um pouco mais nas curiosidades que rondam a sua história milenar. Confira abaixo sete fatos interessantes sobre queijos para usar na conversa com seus amigos no próximo jantar – e que tal se servir de uns pedaços dele para dar uma temperada no papo?

Pioneiro por acidente

Há registros de consumo de queijo na história que datam de oito mil anos atrás. Filtros de produção europeus e murais egípcios sugerem que a arte de fazer queijo é mais velha que a escrita – literalmente! E, por incrível que pareça, este alimento tão antigo e popular foi descoberto por acidente. Reza a lenda que um mercador árabe saiu para cavalgar no deserto levando uma bolsa com leite de cabra no estômago de um animal. Depois de alguns dias, abriu a bolsa para matar a sede e se deparou com uma parte líquida, o soro, e uma parte sólida, o queijo. E assim fez-se o alimento que hoje é produzido em mais de 18 bilhões de quilos no mundo.

O mapa do queijo

Os principais tipos de queijo têm seu nome criado a partir da região de onde vêm ou eram produzidos originalmente. Por isso, é possível encontrar por aí as cidades de Cheddar, no Reino Unido; Gorgonzola, na Itália; Brie, na França; Gruyère, na Suíça; e, é claro, Minas Gerais, lugar do queijo minas. Nesse mapa-múndi queijeiro, acabamos reconhecendo muitos nomes franceses, pois o país é o maior exportador de queijos em valor monetário, apesar de os Estados Unidos serem os maiores produtores em quantidade. Além disso, os dez principais consumidores de queijo do mundo estão na Europa, com um consumo de mais de 20 quilos anuais do alimento por pessoa. Aqui no Brasil, comemos “apenas” 3,8 quilos por ano¹.

Dúvida cruel

Na hora de prepararmos uma refeição que contenha queijo no forno ou na frigideira, devemos pensar se a variedade que vamos utilizar derreterá ou não – sabemos que essa informação faz toda diferença no resultado final. “A diferença de derretimento entre os tipos queijos depende da bactéria utilizada na confecção do alimento e da quantidade de acidificação do produto”, afirma Arthur de Azevedo, especialista no processamento de queijos da Tetra Pak. “No processo, quando são retirados mais minerais, a massa fica mais elástica, e quanto maior o nível de acidez mais fácil o derretimento do queijo. O tipo minas frescal, por exemplo, tem um PH maior (menos ácido) e por isso é mais difícil de derreter. O que conta bastante para a estrutura do queijo é, também, a quantidade de água e de gordura do leite”, completa.

O Jerry é um mentiroso!

Crescemos com desenhos animados que nos convenceram de que a comida preferida dos ratos é o queijo. Mas isso não é tão verdade assim. Um estudo de cientistas ingleses² concluiu que os roedores gostam mais de alimentos com maiores teores de açúcar, como grãos e frutas. Comidas com cheiro e sabor fortes como os queijos não são muito do agrado dos pequenos animais. Esta lenda surgiu somente porque, na época medieval, os armazéns eram lotados de queijo e este era o único alimento disponível para os ratos. Ou seja, não adianta preparar ratoeira com pedacinhos de queijo.

Haja leite!

Já sabemos que o queijo é feito a partir do leite, mas quanto de leite exatamente? Bom, isso depende muito do tipo de queijo e do animal que dá origem a ele, é claro. Mas, normalmente, de seis a dez litros de leite são necessários para fazer um quilo de queijo. Um tipo Minas frescal requer menos leite do que um parmesão, que é mais concentrado; enquanto um queijo de ovelha usa uma menor quantidade de leite por conter mais gordura do que o de vaca, por exemplo. É por causa dessas especificidades que o queijo mais caro do mundo é aquele feito com leite de burra. São necessários 25 litros de leite para um quilo de queijo de burra e o animal dá apenas 20 litros por ano, por isso o quilo chega a custar cerca de R$ 4.600!³

De olho no queijo!

Há alguns anos, um centro de estudos britânico fez uma pesquisa sobre o furto de alimentos e descobriu que o queijo é o alimento mais roubado do mundo, mais até do que carnes, chocolate e álcool. De acordo com a pesquisa, cerca de 3% de todo o queijo do mundo acaba sendo furtado, por isso ele é rotulado como alimento de alto risco.

Queijo sem lactose

Além de ser um alimento de grande valor nutricional, alguns tipos de queijo também são permitidos para quem tem intolerância à lactose. “Isso porque, quanto mais tempo de maturação, menor o resíduo de lactose no queijo, uma vez que ela já foi convertida pelas bactérias para desenvolver o sabor e textura do produto”, conta Arthur de Azevedo. “Com tipos de queijo mais fresco, a lactose não está hidrolisada, mas queijos mais duros, como parmesão, e alguns semiduros, como gouda, que passam por mais de 20 dias de fabricação, podem ser consumidos por intolerantes à lactose”, completa

 

Fonte:

¹Food News.

²Revista Superinteressante.

³Economia Uol.

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