Cultivado em todo o mundo e base de muitas culturas alimentares desde a Antiguidade, o trigo é um ingrediente encontrado no pão, na cerveja e até no feno dado aos animais. O grão está presente na mesa de quase todo mundo. Afinal, ele é a base de fabricação da farinha!

Repare nas suas refeições ao longo do dia. Quantos dos alimentos que você ingeriu contêm algum tipo de farinha? São muitos os itens que consumimos e nem nos damos conta. Do pãozinho no café da manhã ao macarrão no almoço, do salgado na padaria ao bolinho do fim da tarde, todos possuem, de algum modo, o grão de trigo.

“O estilo de vida urbana tem uma sobrecarga de farináceos na alimentação”, pontua Cynthia Antonaccio, da Consultoria Equilibrium. Os exemplos que acabamos de mencionar fazem parte do grupo dos carboidratos, os responsáveis por fornecer energia ao corpo. Esta é uma função essencial ao organismo, mas o seu excesso tem um conhecido efeito indesejado: quando o corpo tem mais energia disponível do que vai gastar,  havendo o acúmulo de gordura; ou seja, este é o caminho para engordar. A questão é o equilíbrio. “Não é errado consumir carboidratos, o problema está no excesso deles”, afirma a nutricionista.

Mocinho ou vilão?

Por ser associado ao   ganho de peso , muita gente passou   a evitar o trigo e os farináceos.   Além disso, o grão possui glúten,   outra característica que, por ser mal compreendida, passou a ser encarada como uma espécie de “vilã da alimentação” Outros cereais como o centeio, a cevada e a aveia também têm glúten em sua composição –  mas o que isso tem de mau?

Essencialmente, nada. “O glúten é uma proteína que confere elasticidade às receitas”, explica Cynthia. As redes de glúten aprisionam o gás carbônico que é expelido pela levedura do fermento e, assim, as massas podem crescer e ficar macias. Então, se os cereais que contém glúten estão presentes na nossa alimentação há milênios, podemos ponderar que eles não podem levar tanta má fama assim.

De fato, aqueles que têm a doença celíaca não podem ingerir glúten,  já que o intestino dessas pessoas age em defesa contra o glúten, causando inflamações nas vilosidades, má absorção de nutrientes e sintomas como fortes dores e diarreia. “Somente 1% da população tem doença celíaca”, conta a nutricionista. “Outros 5% a 6% possuem organismos mais sensíveis a essa proteína”. A proporção é bem pequena e o diagnóstico deve sempre ser feito por um médico.

Então, não corte o trigo da sua dieta sem orientação médica: o glúten é, afinal, uma substância natural!

Dicas de ouro para consumir o trigo

“O trigo é um carboidrato complexo e, como tal, provoca uma liberação mais lenta de energia ao corpo”, explica a Cynthia . Na prática, se você está preocupado em emagrecer ou manter seu peso, isso significa que você deve procurar consumir os alimentos integrais.  Neste caso, a farinha integral leva vantagem sobre a farinha branca, da mesma forma que o pão integral ganha do pão branco. Assim, você consome o carboidrato complexo e não o carboidrato simples. Outra boa dica é consumir os grãos na salada. Fica leve e delicioso!

Os alimentos que fazem parte dos carboidratos simples acabam por liberar rapidamente grandes cargas de energia. Se a intenção é praticar uma atividade física, no entanto, você pode dar preferência a este grupo. A banana, as bebidas isotônicas e os sucos de frutas são ótimos exemplos!

 “O segredo é balancear os grupos de alimentos consumidos ao longo do dia”, conta a nutricionista , que desaconselha as intervenções drásticas na dieta. “O acompanhamento de um profissional é a melhor maneira de aprender a organizar a alimentação com saúde”.

 

Fontes:

Cynthia Antonaccio – Consultoria Equilibrium
Lista com 20 carboidratos simples e complexos – Papo Fitness
10 perguntas sobre o glúten e 10 respostas sérias da ciência – Saúde