Você tem memória de elefante? Quem conhece essa expressão sabe que se trata de um elogio. Significa que a pessoa em questão tem boa memória, é capaz de guardar informações bem específicas e não costuma ter aqueles “brancos” – quando o que precisamos simplesmente some das nossas lembranças.

No caso dos elefantes, a memória é essencial para recordar locais onde encontrar água em tempos de seca e falta de alimento. Por isso, eles conseguem lembrar por décadas aromas, sons e características de animais de outras rotas migratórias, de lugares especiais e de habilidades apreendidas.

No cérebro humano essa habilidade não é uma questão de sobrevivência, por isso talvez não seja tão apurada, mas tem uma característica importante a seu favor: é capaz de desenvolver boa memória por meio de estímulos, qualidade de vida e, claro, da alimentação.

“Alguns alimentos são fontes de nutrientes importantes para a função cerebral por apresentarem ação neuroprotetora. Dessa forma, podem contribuir para a melhora cognitiva e da memória. Os principais nutrientes para essa tarefa são o ômega-3, colina, flavonoides e vitaminas no complexo B”, afirma a nutricionista Cynthia Antonaccio, da consultoria Equilibrium.

Para ter um cérebro campeão, pode apostar em ostras, carnes, gérmen de trigo, grãos integrais e castanhas, que são ricos em zinco, substância que atua na formação de novos neurônios, sendo essencial para a estrutura cerebral. Outra pedida são as fontes de selênio, como castanha-do-pará, cogumelo, frutos do mar, cereais, repolho, brócolis e couve-flor. “Com o envelhecimento, o aumento na produção de radicais livres compromete o sistema cognitivo, afetando a memória, e o selênio é um poderoso antioxidante que combate esses radicais livres”, explica Cynthia.

Também são super alimentos para o raciocínio e a concentração aqueles que possuem ácido docosahexaenoico (DHA), um tipo de ômega-3 associado ao desenvolvimento do sistema nervoso central. Nesse grupo estão os peixes de água fria, como salmão, sardinha, atum e arenque.

E não podemos nos esquecer, literalmente, das frutas! A fisetina é um flavonoide encontrado no morango, uva, kiwi e tomate. Ela pode estimular os mecanismos cerebrais que aperfeiçoam a memória por impulsionar o amadurecimento das células do sistema nervoso. Além disso, sua função neuroprotetora diminui o estresse oxidativo, reduz a morte das células neurais e contribui para a melhora da aprendizagem.

Quem busca alternativas mais práticas para turbinar a concentração pode, ainda, apostar nos chás. E aí vale escolher a opção mais conveniente, seja em sachê, infusão ou caixinha. “O chá verde aumenta a conectividade entre as regiões do cérebro. Obtidos a partir da Camellia sinensis, os chás são boas fontes de flavonoides, que estimulam o fluxo sanguíneo cerebral e podem induzir a formação de novos neurônios”, esclarece Cynthia.

Com o perdão do trocadilho, lembre-se: a sua alimentação pode te garantir várias recordações a mais!

O caminho para memorizar e guardar bem todas memórias:

1. Aquisição
Preste atenção. O primeiro passo é ver, cheirar, escutar, saborear ou tocar. Você só vai poder se lembrar de algo se isso for bem captado pelos sentidos. Ansiosos, deprimidos, estressados e cansados têm dificuldade para manter a concentração e acabam deixando passar muita coisa.

2. Armazenamento
Para guardar para sempre o que você aprendeu, seu cérebro precisa processar as informações no hipocampo. Ele seleciona os dados que podem ser expressos por meio de palavras e determina quais devem ser armazenadas no córtex. Doenças como o mal de Alzheimer e o estresse atacam e comprometem essa estrutura.

3. Recuperação
Trata-se do ato de se lembrar, quando você vasculha sua massa cinzenta à procura das informações espalhadas no córtex. Uma das estruturas que fazem esse serviço é o lobo frontal, que acaba ficando mais fraquinho com a idade.

Fonte: Revista Superinteressante – Como funciona a memória?